sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Assédio, menos Assédio - #DeTudo1Pouco



Esperamos que Reivindicação, Reclamação e Assédio, possa ter orientado e até mesmo futuramente possa ajudar as pessoas nas suas dificuldades. Hoje falaremos de um assunto bastante delicado e que é mais comum do que muitos de nós podemos imaginar, ou melhor, perceber....

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Semana passada, enquanto falávamos sobre situações em que somos levados a reivindicar algo, aconteceram absurdos que fizeram com o que os nossos feeds no facebook e em outras redes sociais abarrotassem de comentários e discussões. O motivo é o mais absurdo possível: enquanto uma menina de 12 anos participava de um desses programas de “reality show” na televisão, algumas pessoas acharam que tinham legitimidade de postar mensagens no twitter comentando sobre "sua beleza" da forma mais baixa possível, além de difamar a criança de outras formas horríveis. Semanas depois, o ENEM aconteceu e abordou em sua redação o tema "violência contra a mulher". Olha, independente dos argumentos usados na redação, é difícil ter que tratar de um assunto desse, principalmente quando não se imagina que este tipo de realidade está assim tão próximo de nós. Mas está.

Primeiramente, ao ver alguns comentários referentes a esses temas, eu me senti atônita. Ver uma violência pública como a que fizeram com uma garotinha (que estava simplesmente cozinhando num programa de TV) trouxe a minha mente toda a vulnerabilidade que sempre me oprimiu por tantos anos.

Se você é uma mulher, tem que aprender muito cedo a fugir dos olhares maliciosos e perversos. É uma cultura de pânico que te faz tremer ao imaginar sair na rua a noite e que te impede de ir e vir por algum caminho deserto, mesmo que em plena luz do dia. Numa sociedade tão mais violenta quanto a dos nossos dias, o medo de uma mulher não é simplesmente o de ser assaltada ou machucada, mas de ser violentada por qualquer indivíduo que se ache no direito de invadir o seu espaço. Sim, qualquer cara. Em casa, na escola, no trabalho, (infelizmente) nas congregações ou em qualquer outro lugar. Até mesmo na internet!

Esses dias também houve mulheres que contaram suas histórias e escancararam, para quem quisesse ver, que este pesadelo é algo extremamente real e faz parte do cotidiano. Faz parte do meu e certamente faz parte do seu ou de alguma mulher que você conhece e admira. Mas será que alguém sabe explicar o porquê? 

Afinal, todos entendem e expressam o quanto tudo isso é horrível, mas porque esse quadro não muda?

Porque as mulheres ainda precisam sentir medo pelo simples fato de SEREM MULHERES?


Patrícia Rodrigues

E eu? E você? E nós?

Você sabe como é se sentir assim? O que pode ser feito?

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