"Tendo-o provado, Jesus disse: "Está consumado! " Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito."
João 19:30
--
--
O livro de João dá uma ênfase diferente ao cenário da morte de Cristo. Falando pouco dos flagelos sofridos por Jesus, João dá prioridade a outros detalhes que demonstravam a grandeza daquele momento. Por um instante, parece que Pilatos dá a Jesus os créditos que lhe foram negados durante o julgamento, colocando uma placa nos três idiomas principais da região de forma que pudesse ser lido por todos. Talvez esse gesto pudesse ser visto como chacota, mas pela firme decisão de Pilatos aquela se mostrava uma atitude de insatisfação em saber que estava sendo sacrificado um homem sem delito algum.
Observa-se também a maneira como tudo aconteceu de acordo com as profecias e até mesmo a tradição: o repartir das suas vestes (Sl 22.18), o vinagre oferecido diante da sede (Sl 69.21), o fato de não terem lhe quebrados os ossos (Nm 9.12, Ex 12.46 e Sl 34.20). Assim como era necessário observar os preceitos dados pelo Senhor para o sacrifício de animais que tirava o pecado do povo, assim também era necessário obedecer e cumprir o que diziam as Escrituras no sacrifício do Cordeiro Perfeito de Deus que tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).
Aquele momento era muito mais que um simples sacrifício. Era a consumação do plano perfeito e irrefutável de Deus que colocava sobre Jesus o jugo da morte que cabia a nós - pois somos todos pecadores, e o salário do pecado é a morte (Rm 6.23) - e nos transfere o direto de gozar da vida em Cristo Jesus. Dá pra ter noção do peso de tudo isto?
Talvez seja difícil entender algo tão absurdamente misericordioso. Mas o sacrifício de Cristo na cruz nos remete a algo que só pode ser concedido mediante a Graça do Pai. Naquele dia trocamos de posição com o Cordeiro puro, sem defeito, que morreu no nosso lugar para nos conceder acesso ao Pai (pois o véu do Templo se rasgou), a ação do Espírito Santo em nossos corações e, principalmente, a esperança de viver eternamente com Ele na Glória.
"Tomando o corpo de Jesus, os dois o envolveram em faixas de linho, juntamente com as especiarias, de acordo com os costumes judaicos de sepultamento." João 19.40
Tendo se consumado o sacrifício, dois homens se dispuseram para tirar o corpo de Jesus do Calvário: José de Arimatéia e Nicodemus. O segundo já era conhecido como um dos fariseus que se interessara em conhecer mais da palavra de Cristo, mas não tivera coragem de expor sua decisão em crer nelas. O texto fala de José, que também tinha medo de assumir ser discípulo, mas naquele momento se viu na obrigação de fazê-lo. Na cultura judaica, o sepultamento é um processo extremamente importante e a preocupação em manter o corpo limpo demonstrava profundo respeito e zelo.
Geralmente era um procedimento realizado pela família, mas no caso de Cristo foram justamente dois "discípulos em segredo" que se dispuseram a publicamente tratar dele com os melhores materiais e numa tumba valiosa, nova, e que só poderia ser concedida a alguém de muitas posses. Isso demonstra que, naquele momento, os dois entendiam que não podiam mais negar a fé nAquele que era, sim, o Redentor de Israel e de todo o mundo.
--
Você tem tido a consciência do sacrifício de Jesus no seu dia-a-dia? Tal prova de amor não pode ser esquecida, e deve refletir no nosso trato com o próximo! Não negue esta boa nova!
Patrícia Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário