Paulo começou a carta falando do homem morto no pecado, sem qualquer desejo ou possibilidade de sair dessa condição. Depois, fala que o judeu também faz parte dessa decadência, e que é indesculpável igualmente.
Aproveitando para ferir o ego judeu, com seu zelo pelo cumprimento da lei, Paulo fala que é através da fé que somos justificados, não das obras.
E agora trataremos de um assunto vital na carta: a graça.
Na literatura hebraica buscava-se colocar o assunto principal de um livro no meio dele. Podemos ver bastante disso nos salmos, principalmente. O fato é que Paulo trata sobre a graça soberana de Deus entre os capítulos 6 e 11, justamente uma seção que fica no meio da carta. Talvez essa tenha sido mesmo a intenção de Paulo, de colocar o assunto principal da carta no meio.
No capítulo 6 Paulo trata de desfazer uma ideia que poderia estar rodeando a cabeça dos leitores: "Bem, se o cumprimento da lei não me torna justo perante Deus, então posso fazer o que eu quiser, viver como me agrada".
Já nos 2 primeiros versos ele rebate essa ideia: "Vamos permanecer no pecado para que a graça seja mais abundante? Claro que não! Como vamos viver pecando, se já morremos para o pecado?".
O argumento de Paulo vai partir justamente desse segundo questionamento. Se fomos crucificados com Cristo (Gálatas 2:19), se a nossa natureza escrava do pecado foi sepultada com ele, não faz sentido continuarmos sendo servos da iniquidade.
"Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado." (Romanos 6:6)
Ênedy Fernandes