Olá, povo! Daremos continuidade ao tema iniciado semana passada: A Queda. Nesta e na próxima segunda teremos o privilégio de ler uma explanação deste tema pelo nosso querido Pr. Rafael, da IEC-Federação! Sem mais delongas, ai está a segunda parte da queda!
Introdução
Um dos abismos entre a teologia reformada e o pensamento humanista moderno diz respeito à natureza humana. A fé reformada olha para o homem natural tendo em mente a queda. Ela vê o ser humano em estado de pecado, como corrompido, inclinado para o mal e incapaz de, por si mesmo, libertar-se dessa condição. A filosofia humanista, entretanto, desconsidera a queda e insiste em ver o homem de maneira romântica, como se ele fosse essencialmente bom e necessitasse meramente de estímulos e educação. Todo o pensamento, cultura e ciência modernas estão profundamente impregnadas dessa ideia humanista. Vejamos o que a Escritura em Gênesis 3.14-25 tem a nos ensinar sobre isto.
Versículos 14-15
Deus dita sentença; e começa onde começou o pecado, com a serpente. Os instrumentos do diabo devem partilhar os castigos do diabo. Sob o disfarce da serpente, o diabo é sentenciado a ser degradado e amaldiçoado por Deus; detestado e aborrecido por toda a humanidade: também a ser destruído e arruinado, a final, pelo grande Redentor, coisa significada pelo esmagamento de sua cabeça. Declara-se a guerra entre a Semente da mulher e a semente da serpente. O fruto desta inimizade é que haja uma guerra contínua entre a graça e a corrupção nos corações do Povo de Deus. O céu e o inferno nunca podem ser reconciliados, tampouco a luz e as trevas; Além disso, existe uma luta contínua entre os malvados e os santos deste mundo. É feita uma promessa bondosa sobre Cristo, como o libertador do homem caído do poder de Satanás. Esta era a aurora do dia do evangelho: tão logo como foi feita a ferida, foi provido e se revelou o remédio. Esta bondosa revelação de um Salvador chegou sem que a pedissem nem a procurassem. Sem uma revelação de misericórdia, que dá esperanças de perdão, o pecador convicto afundaria no desespero e se endureceria. Pela fé nesta promessa foram justificados e salvos nossos primeiros pais, e os patriarcas anteriores ao dilúvio.
São dados detalhes sobre Cristo:
1) Sua encarnação ou vinda na carne. Que seu Salvador seja a Semente da mulher, osso de nosso osso, dá grande ânimo aos pecadores (Hb 2.11,14).
2) Seus sofrimentos e morte, indicados em que Satanás feriria seu calcanhar, isto é, sua natureza humana. Os sofrimentos de Cristo continuam nos sofrimentos dos santos por seu nome. O diabo os tenta, os persegue e os mata; e assim fere o calcanhar de Cristo, que é afligido nas aflições dos santos. Todavia, enquanto o calcanhar é ferido na terra, a Cabeça está no céu.
3) Sua vitória sobre Satanás. Cristo frustrou as tentações de Satanás, resgatou almas de suas mãos. Por sua morte assestou um golpe final ao reino do diabo, uma ferida incurável na cabeça desta serpente. À medida que o evangelho ganha terreno, Satanás cai.
Versículos 16-19
Por seu pecado, a mulher é condenada a um estado de pesar e submissão; castigo adequado desse pecado em que ela procurou satisfazer a concupiscência dos olhos e da carne, e seu orgulho. O pecado trouxe dor ao mundo; fez do mundo um vale de lágrimas. Não é de estranhar que nossas dores se multipliquem quando nossos pecados se multiplicam. Ele se apoderará de você, é somente o mandamento de Deus: esposas, submetam-se a seus maridos.
Se o homem não tiver pecado, sempre se teria feito senhor com sabedoria e amor; se a mulher não tivesse pecado, ela sempre teria obedecido com humilde e mansidão. Adão culpou a sua esposa, e embora tivesse sido uma falta dela o convencê-lo para que comesse do fruto proibido, foi falta de Adão tê-la obedecido. Assim que as frívolas escusas dos homens se tornarão em sua conta no dia do juízo de Deus. Deus pôs marcas de desagrado em Adão.
1) Amaldiçoa sua habitação. Deus deu a terra aos filhos dos homens para que fosse uma morada cômoda, mas agora está maldita pelo pecado do homem. Contudo, Adão mesmo não é amaldiçoado, como o foi a serpente, senão tão só o solo, por amor a ele.
2) Seus esforços e prazeres lhe são amargos. O trabalho é nosso dever e devemos realizá-lo fielmente; é parte da sentença do homem, coisa que a ociosidade desafia atrevidamente. O incômodo e o cansaço no trabalho são nosso justo castigo, ao qual devemos submeter-nos com paciência, já que são menos que o merecido por nossa iniquidade. O alimento do homem se tornará desagradável. Contudo, o homem não é sentenciado a comer pó como a serpente, senão somente a comer a erva do campo.
3) Sua vida também é encurtada. Porém, considerando quão cheios de problemas estão seus dias, é um favor que sejam poucos. A morte é espantosa por natureza, apesar de que a vida é desagradável, e com isso conclui o castigo. O pecado introduziu a morte no mundo: se Adão não tivesse pecado, não teria morrido. Ele cedeu à tentação, mas o Salvador a resistiu. Quão admiravelmente a satisfação de nosso Senhor Jesus, por sua morte e sofrimentos, respondeu à sentença ditada contra nossos primeiros pais! Lemos do fruto da aflição da alma de Cristo, (Is 53.11), e as dores da morte que o retiveram são assim chamadas (At 2.24). Entrou para permanecer embaixo do pecado? Cristo nasceu sob a lei (Gl 4.4). Entrou maldição com o pecado? Cristo foi feito maldição por nós, e morreu uma morte maldita (Gl 3.13). Vieram os espinhos com o pecado? Ele foi coroado com espinhos por nós. Chegou à dor com o pecado? Ele suou por nós, e seu suor foi como grandes gotas de sangue. Chegou à dor com o pecado? Ele foi um varão de dores; em sua agonia sua alma esteve sobremodo dolorida. Veio à morte com o pecado? Ele se fez obediente até a morte. Assim, a bandagem é tão grande quanto à ferida. Bendito seja Deus por seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo.
Então é isso! Leiam e releiam, pois há muito o que aprender, e semana que vem tem mais! Concluiremos o tema da Queda.
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O SENHOR É A NOSSA FORÇA, O NOSSO CÂNTICO E A NOSSA SALVAÇÃO!
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