terça-feira, 23 de junho de 2015

Estudando a Bíblia entre Irmãos - Caim e Abel (pt. II)



Boa noite! Continuaremos nossa abordagem a respeito da história de Caim e Abel com o Pr. Neto! Veja o contexto do primeiro fraticídio (falando em línguas?? :O rs) registrado na bíblia, e provavelmente o primeiro da história da humanidade.

Abel foi pastor de ovelhas, enquanto que Caim foi lavrador da terra. Em parte alguma Moisés dá a entender que uma dessas ocupações seja inferior à outra.

O problema de Caim não é encontrado nos seus meios de subsistência, mas no homem em si mesmo: “Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho, e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou.” (Gn. 4:3-5a)

Os Israelitas que primeiramente leram estas palavras de Moisés tiveram pouca dificuldade em compreender o problema com o sacrifício de Caim. Eles receberam isto como uma parte do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia. Como tal eles entendiam que o homem não podia se aproximar de Deus sem o derramamento do sangue sacrificial. Ainda que houvesse sacrifícios sem sangue 3 o homem só poderia ter acesso a Deus através do sangue derramado. A oferta de Caim foi insuficiente para os requisitos da lei de Deus.

Alguém pode objetar: “mas Caim não tinha tal revelação!” Absolutamente certo. Mas, então, todos devemos admitir que nenhum de nós sabe qual revelação ele possuía. Poderíamos especular várias coisas sobre esse assunto, mas seria apenas isso - mera conjectura.

A riqueza de detalhes descrito por Moisés, porquanto ele foi o autor do Pentateuco, dava-se base suficiente para compreender a importância do sangue derramado, por causa das prescrições meticulosas da Lei a respeito de sacrifícios e adoração. Hoje a noção que temos nos dá
vantagens de ver o assunto do “sangue” mais claramente à luz da cruz, e da percepção de que Jesus foi “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (Jo. 1:29)

Ainda que não saibamos o que Deus revelou a Adão ou a seus filhos, temos certeza que eles sabiam o que era preciso fazer. Isto fica claro nas palavras de Deus a Caim: “Então lhe disse o Senhor: Por que andas tão irado? e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn.4:6-7)

A pergunta de Deus claramente dá a entender que a raiva de Caim era infundada. Ainda que não saibamos os pormenores do que o “proceder bem” envolvia, Caim sabia. O problema de Caim não era falta de instrução, mas insurreição e rebelião contra Deus.

Caim, como muitas pessoas hoje, queria vir a Deus, mas queria fazê-lo do seu jeito. Infelizmente as pessoas buscam uma relação com Deus manipulativa, todos querem fazer do seu jeito.

Observe que Caim não era uma pessoa não religiosa. Ele cria em Deus, e queria a aprovação de Deus. Mas ele queria vir a Deus nos seus termos, não nos termos de Deus. A necessidade de sobrepor as nossas vontades diante inclusive dos planos de Deus, tem nos levado a derrota.

Sei que há diversas explicações para justificar a oferta de Caim, mas sugiro olharmos para a percepção individualista e egoísta dele, não querendo se aproximar de Deus através do sangue derramado. Caim preferiu oferecer a Deus o fruto do seu trabalho

A Sociedade atual é diferente, muitos são aqueles que, creem em Deus, e até reconhecem Jesus como o Salvador, mas se recusam a se submeter A Deus como Senhor. As pessoas querem manter o controle de tudo, por isso mesmo recusam a ideia de uma morte sacrificial e substituta de Jesus na cruz pelos seus pecados. E é nisso que se resume a mensagem do Evangelho: A religião da Humanidade com Deus através do próprio Deus. “... E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (At. 4:12)

Como Deus foi gracioso ao buscar Caim e gentilmente confrontá-lo com sua raiva pecaminosa! Como foi clara a mensagem de restauração e o aviso sobre o perigo que ele enfrentava! Mas o conselho de Deus foi rejeitado.

O Senhor chamou a atenção de Caim para o padrão que Ele tinha estabelecido, não para o exemplo de seu irmão. Mesmo assim, Caim fez a ligação. A oferta de Caim não foi aceita, a de Abel foi. Deus gentilmente admoestou Caim e o instruiu que o jeito de receber a aprovação de Deus era se submeter ao padrão divino de aproximação de Deus. Caim concluiu que a solução era eliminar a competição - assassinar seu irmão.

Não poderia deixar de avaliar que não foi só a oferta de Caim que não foi aceita, mas a pessoa que apresentou a oferta. Como as Escrituras comunica: “Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou.” (Gn. 4:4b-5a)

A fonte do problema era Caim, e o sintoma foi o sacrifício.
Meditando detalhadamente no verso 7 vamos ver as implicações disso tudo: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn. 4:7)

O jeito de se restabelecer de sua depressão era mudar sua atitude. Ele se sentiria melhor à medida em que fizesse melhor. Em certo sentido Caim estava certo ao ficar zangado consigo mesmo. Ele estava errado em sua animosidade diante de seu irmão e diante de Deus.

Infelizmente Caim não aceitou a suave repreensão de Deus, ignorou totalmente. Sobre a vida de Caim O pecado jazia esperando por ele como um animal à espreita. Queria controlá-lo, mas ele devia dominá-lo.4 Caim tinha que ter tomado uma atitude preventiva contra o pecado. Tinha que resistir, fugir, correr para não ser sucumbido pelo pecado. (I Co. 10:13).

Quando os dois homens foram para campo aberto (aparentemente onde não haveria testemunhas, cf. Dt. 22:25-27), Caim matou seu irmão.

Hoje o texto foi um pouquinho maior, masestamos tentando otimizar os trechos para que não fiquem em muitas partes, e assim possamos prosseguir. Semana que vem continuaremos com a história! Até lá!

Ênedy Fernandes

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