Olá pessoal! Por estarmos no mês em que se comemora os 500 anos da Reforma Protestante, iremos expor brevemente sobre a evangelização na reforma! Sabemos que, ao explicar e confiar a “grande comissão” aos seus discípulos, Cristo foi claro: eles deviam fazer discípulos de todas as nações, indo por todo o mundo, expondo o evangelho a toda criatura, pregando arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, sendo suas testemunhas em Jerusalém, na Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.
Como sabemos, o momento histórico base do nosso texto (Reforma Protestante), são os séculos 15 e 16. Portanto, deve-se ressaltar que quem tirou maior proveito da realidade na época (muitas lutas e incertezas vividas pelos reformadores) foi a Igreja Romana (grandes navegações + “descobrimento” de novas terras), conquistando vastas regiões para a sua fé nas Américas, África e Ásia. Todavia, essa expansão teve os seus percalços, porque os missionários vinham quase sempre na esteira dos conquistadores (imposição física do cristianismo).
O momento conturbado da época, motivado por fatores estruturais e teológicos, fizeram com que os protestantes, ficassem mais preocupados em se defender, somente se envolvendo gradativamente com missões estrangeiras posteriormente. As afirmações categóricas das fontes bibliográficas examinadas, afirmam que somente a Igreja Romana, nesse período, cuidou do trabalho missionário com afinco. Dizem que as Igrejas protestantes nada fizeram, que seja digno de referência especial, para levar o Evangelho à todas as nações. Afirmam também que o protestantismo teve de lutar muito para sobreviver. Que o protestantismo só alcançou a sua grande visão missionária no século 18. Que a Igreja Romana, pelo contrário, por todo esse período, desenvolveu notório trabalho missionário. Dizem ainda que os pioneiros da Igreja Romana se apressaram a entrar nessas regiões (Américas, África e Ásia), principalmente os franciscanos, dominicanos e jesuítas. O trabalho missionário ajustava-se exatamente ao seu grande escopo de estender a Igreja Romana por todo o mundo, e eles se atiraram a essa missão com um zelo extraordinário.
Como já salientado, a evangelização de todas as nações e povos, não fez parte dos temas principais defendidos e pregados na Reforma Protestante de forma direta. Isso por um motivo óbvio: os reformadores possuíam em suas mãos o grande desafio de reconduzir a Igreja à Palavra de Deus, e assim, a maioria esmagadora dos escritos e esforços foram revestidos por uma forte convicção eclesiológica, sem preocupação imediata com a missiologia. Isso não dilui, entretanto, a profunda ligação entre a reforma e a missão.
Por essa razão que outras fontes bibliográficas afirmam que a Reforma reavivou o culto em que todos os salvos, e não apenas o sacerdote, louvam e buscam a Deus (sacerdócio universal de todos os crentes). Esta convicção, da possibilidade de o homem comum louvar a Deus incorporou na Igreja pós-reforma. O pensamento multiétnico através do qual “o desejo de levar o culto a todos os homens”, como disse Zuínglio, não demorou a ressoar na Igreja, culminando com o envio de missionários para todo o mundo. Deste modo, disparou progressivamente o envio missionário e expansão da fé Cristã nos séculos que viriam. Um culto vivo ao Deus vivo foi um dos pressupostos reformados que induziu a obra missionária a levar esse culto a todos os homens transpondo barreiras linguísticas, culturais e geográficas.
Os reformadores destacaram a Glória de Deus como motivo de existência da Igreja e isso definiu o curso de todo o movimento missionário pós-reforma no qual a bandeira de Cristo, e não da Igreja, era levada com a Palavra proclamada para os outros povos. John Knox, na segunda metade do século 16, escreveu que, como resultado da Reforma, o Evangelho era exposto em toda parte, perto e longe.
Como efeito da expansão do evangelho, pode-se afirmar que o crescimento numérico e geográfico da igreja foi benéfico e civilizador, trazendo avanços culturais, educacionais, elevação do nível de vida e promoção humana em diversas áreas (à exemplo da Reforma). Por outro lado, é oportuno destacar que devemos sempre tentar ter um espírito crítico quando o assunto é evangelização, pois, infelizmente, esse “crescimento” muitas vezes esteve associado a atitudes questionadas pela própria ética cristã, como a violência (física e psicológica), a ganância, o espírito de superioridade e o desrespeito pela integridade humana. Nem sempre os povos alcançados foram realmente evangelizados de modo compassivo, respeitoso e profundo. Lembremos sempre, que o crescimento numérico da igreja a qualquer custo nunca deve ser um objetivo da igreja. Cristo nunca exigiu que todos se tornassem seus discípulos. O importante é que o testemunho de Cristo esteja presente entre todos os povos e que os seus discípulos ouçam a sua voz, poucos ou muitos, em todas as culturas e grupos.
Finalizamos afirmando que é incontestável a influência que os Reformadores tiveram à época (e até hoje têm), por consequência da evangelização, se estendendo por vários países, dentre eles, Suíça, França, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Hungria, Polônia, Escócia, Estados Unidos. Cabe salientar (nota histórica importante) que o primeiro culto da igreja denominada protestante em solo tupiniquim foi realizado por franceses (huguenotes), em 10 de março de 1557, no território que hoje denominamos de Rio de Janeiro (lembremos da Confissão de Fé da Guanabara). Outro marco, é o dos reformados holandeses construtores do primeiro templo de igreja protestante aqui no Brasil (após a expulsão dos mesmos, o templo foi consagrado à “Nossa Senhora do Ó”; atualmente é dedicado ao “Divino Espírito Santo”, em Recife, Pernambuco).
Referências:
MATOS, Alderi Souza de, 1952. A caminhada cristã na história: A Bíblia, a igreja e a sociedade ontem e hoje / Alderi Souza de Matos. - Viçosa, MG: Ultimato, 2005.
BEEKE. J. R. João Calvino como Professor de Evangelismo. Editora Os Puritanos.
NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã, 11ª Edição; São Paulo; Editora Cultura Cristã, 2000.
CAIRNS, Earle E. O cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. 3ª ed. revisada e
Ampliada. São Paulo: Vida Nova, 2008.
O SENHOR É A NOSSA FORÇA, O NOSSO CÂNTICO E A NOSSA SALVAÇÃO!
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