Olá pessoal! Hoje começaremos uma pequena série de textos que serão baseados no livro do pastor, teólogo, Yago Martins, chamado “Você não Precisa de Um Chamado Missionário”, 2ª edição, publicado pela Editora Concílio (um breve review literário... rsrsrsrsrs...).
A proposta não é tratar minuciosamente sobre cada capítulo, até porque a ideia aqui já se torna uma espécie de dica cultural, estimulando a compra do exemplar (nada mais justo que da mesma forma que o irmão nos abençoa com seus estudos e suas conclusões, abençoarmos o mesmo comprando a sua obra). Desta forma, iremos relatar brevemente sobre os dez capítulos (como diriam os franceses, um pequeno “en passant”... Kkkkkkk...), em dez pequenos textos, dando uma pequena noção sobre como o autor encara o tema “Missões”.
O primeiro capítulo será o tema da informação de hoje. O autor denomina essa parte de “Missões e Motivação”, e logo de cara realça que “motivos importam”. Ele descreve motivação como sendo “aquilo que que nos leva a fazer algo, é o que nos vem à mente, passa pelo nosso coração e nos faz agir de determinado modo”. Continua Yago, sustentando que não podemos ter uma noção saudável sobre missões se não observarmos corretamente as motivações do próprio Cristo a respeito do assunto. O autor realiza uma bela ilustração para explicar o motivo que Cristo nos apresenta quando proclama o “Ide”. Ele explica da seguinte maneira: quando dizemos “Eu te amo, portanto, quero ver você feliz”, ou, “Eu te odeio, portanto, quero estar bem longe de você”, expressa-se motivos, e usa-se a palavra, “portanto”, para justificar uma decisão ou atitude. Assim o termo grego oun (οὖν), utilizado no “Portanto, ide...” declarado por Cristo na grande comissão, pode ser traduzido como “por essa razão”, “por essa causa”, “por esse motivo”. Assim, o que Cristo faz aos seus discípulos é lhes dar um motivo (motivação) para eles irem: “É-me dado todo o poder no céu e na terra e, por causa deste poder que eu recebi, ide, fazei discípulos”.
Yago afirma, que embora algumas motivações denominadas por ele como secundárias, sejam bastante relevantes, a exemplo do amor ao próximo, consciência social e senso de dever, são úteis e até bíblicas, no entanto, a motivação primária e principal apresentada por Cristo para nos dar força e valor na obra missionária é Ele próprio e sua Soberania. Conforme esse entendimento, Deus não envia a Igreja para conquistar, mas envia porque já conquistou tudo, o povo de Deus vai porque Cristo reina! Deste modo, o reinar divino, segundo o autor, é a motivação suprema do “Ide”.
O autor prossegue falando que importa falar de motivações porque a Bíblia fala de motivações, ele cita Paulo quando escreve em Romanos 14 que algumas condutas podem ser pecaminosas ou não, dependendo da motivação envolvida. Outro exemplo apresentado por Yago, foi 1 Coríntios 10, texto que nos orienta a termos motivação de glorificar a Deus até nas pequenas coisas da vida, e que não ter essa motivação é pecado. Continua dando exemplos bíblicos dessa problemática, à exemplo dos fariseus, o principal problema deles eram seus motivos. Jesus disse: “Esse povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mt 15, 8). Como esquecer de 1 Coríntios 13, se sua motivação não for amorosa, tudo o que fizer será totalmente vão. Conclui então o autor que “não precisamos apenas de ortodoxia (doutrina correta) e ortopraxia (prática correta), mas também de uma ortopatia (sentimentos corretos)”.
A razão do desprezo para com as motivações, nas palavras de Yago, se dá porque “motivações corretas não nos proporcionam nenhum status. As atitudes, diferentemente das motivações, fazem com que sejamos admirados e reconhecidos. Ao contrário de tudo aquilo que gera resultados visíveis, boas motivações não resultam em vanglória, louvor, cargos acadêmicos, medalhas ou admiração. Motivações dizem unicamente sobre você e Deus, no oculto e escondido da alma”.
Finaliza o primeiro capítulo afirmando que: “Ao longo da história, percebemos que a igreja já enviou missionários por motivos imperialistas (sujeitar outros povos às colônias), culturais (impor uma cultura “superior” aos nativos), românticos (desejo de participar de uma “aventura missionária”), turísticos (vontade de conhecer outros países e culturas exóticas), eclesiásticos (desejo de exportar nossa própria denominação aos outros povos) e até de sobrevivência (como as missões na primeira etapa da época antiga). Nenhum destes motivos é em si mesmo suficiente para dar glória ao Senhor. “Por isso”, dizem González e Orlandi, “é imprescindível que nos perguntemos continuamente sobre o porquê das missões”. Termina salientando que “se nossas motivações não estiverem na Palavra de Deus, nossas missões não serão missões baseadas na vontade de Deus”. Realizar missões é um meio para a glória de Deus, e esse deve ser o nosso motivo, a glória de Deus!
Referência:
Martins, Yago, Você não precisa de um chamado missionário. — 2. ed. — Niterói, RJ : Editora Concílio, 2016.
Arthur Galvão
O SENHOR É A NOSSA FORÇA, O NOSSO CÂNTICO E A NOSSA SALVAÇÃO!
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