segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O Evangelho: O dia-a-dia na comunidade local (pt. I) - Estudando a Bíblia Entre Irmãos



Depois de 11 capítulos fincando bases doutrinárias (depravação humana após a queda, esta que atinge gentios e judeus também; justificação pela graça, mediante a fé; condição ainda imperfeita do homem, mesmo após ser justificado; soberania de Deus na eleição), agora Paulo começa a falar de implicações práticas destas doutrinas essenciais. Isso nos mostra duas coisas:

1- O ensino doutrinário é extremamente importante. Não dá para fazer aplicações e contextualizações sem primeiramente ter um fundamento bíblico sólido.
2- A aplicação do ensino doutrinário é extremamente importante. De igual maneira, não dá para fazer a exposição e interpretação bíblica sem aplicar e contextualizar para a realidade da congregação.

Ou seja, as duas coisas são essenciais no ensino da igreja. 

No capítulo 12, Paulo introduz o assunto de relacionamento interpessoal falando da necessidade de uma renovação de mente (Rm 12.1-2). Após dizer quem éramos, o que Deus fez e Cristo confirmou na cruz, Paulo alerta para que não tomemos a forma deste mundo, mas que a nossa mente esteja sempre contra a maré. Estamos vivendo um momento muito complicado em nosso país, e não estou me referindo à questão econômica, mas à moral. Vemos crescer a cada dia a relativização do gênero, a relativização do valor da vida no que tange à gravidez, e tudo isso fruto de uma mentalidade pós-moderna que trata as relações de uma maneira líquida, como diria Zygmunt Bauman. Um material líquido se amolda a depender do frasco o qual ele se encontra. Os nossos relacionamentos são líquidos, nossos conceitos de certo e errado são líquidos, e em meio à toda essa líquidez Paulo nos alerta: "Não tomem a forma do mundo, não sejam líquidos! Sejam sólidos!". 

E, como se estivesse pensando exatamente nesse conceito de relacionamentos líquidos, Paulo fala das virtudes que os cristãos devem ter entre si. Podemos sintetizar as recomendações da seguinte forma:

1- Não sejam arrogantes. Tenham consciência da sua vocação, doem o melhor de vocês nela e se limitem a ela, não façam algo que na visão de vocês é "mais importante" ou "melhor". (v. 3-8)
2- Amem sem hipocrisia. (v. 9-10)
3- Odeiem o mal. (v. 9)
4- Sejam perseverantes. (v. 11-12)
5- Sejam misericordiosos e tenham empatia. (v. 13-16)
6- Busquem a paz com todos. (v. 17-21)

No capítulo 13 Paulo já fala a respeito de outro tipo de relação: da igreja para com os governantes. Aqui fica bastante evidente que a vida do cristão não se limita às quatro paredes do templo de reunião semanal. O cristão deve ter consciência de sua cidadania terrena (mesmo sabendo que ela é temporária). Precisamos respeitar as autoridades, respeito esse manifesto no cumprimento da lei (por mais que saibamos que eles mesmos não tem cumprido seu papel). Esse respeito, porém, não é cego. Ao vermos que existe algo que fere a lei de Deus, devemos justamente ir de encontro a isso. Devemos falar o que os apóstolos falaram diante das autoridades: "Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens".

Novamente ele retorna à questão do amor ao próximo, citando alguns dos dez mandamentos, e por último dizendo que o amor é o cumprimento da lei. No amor se resume a lei. Ou seja, a lei não foi abolida, ela é cumprida no amor, não substituída no amor.

E por último, o apóstolo nos faz um alerta da brevidade do tempo para a segunda vinda de Cristo. A cada dia que passa nos aproximamos daquele eterno Dia. Devemos ser diligentes no amor ao próximo e no respeito às autoridades, desde que submissas ao mandato divino!

Ênedy Fernandes


O SENHOR É A NOSSA FORÇA, O NOSSO CÂNTICO E A NOSSA SALVAÇÃO!

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