segunda-feira, 18 de julho de 2016

O Evangelho: A Graça soberana de Deus (pt. IV) - Estudando a Bíblia Entre Irmãos



O capítulo 10 de Romanos realça alguns fatores importantes, a necessidade de uma compreensão do evangelho nos versículos 5-13, da proclamação do evangelho vs.14-15 e de uma resposta de fé vs.16-21. No início desse capítulo Paulo deixa o passado e volta-se para o presente; após discorrer sobre a incredulidade dos israelitas, ele manifesta sua própria esperança de que eles ainda venham a ouvir e crer no evangelho.

Ele expressa, em súplica, o ardente desejo de que eles sejam salvos. Paulo orava em favor deles para sua salvação – isto é, para que eles se apropriassem dessa salvação. Ele entende o estado mental dos israelitas muitíssimo bem: "Têm zelo por Deus, porém não com entendimento". Isso descreve com exatidão a sua própria atitude antes do encontro que teve com o Cristo ressurreto.

Paulo não tem a mínima dúvida quanto à “sinceridade religiosa” deles. O apóstolo afirma que pode testemunhar, de experiência própria, que eles têm zelo por Deus. E ele sabe do que está falando, pois sabemos que ele mesmo, em sua vida anterior ao encontro com Cristo, fora "extremamente zeloso" em sua religião, como se vê no modo como perseguia a igreja. De fato, Paulo era tão "zeloso para com Deus" quanto os seus contemporâneos, a ponto de descrever o seu zelo, naquela época, como sendo uma obsessão. Deste modo, ao falar sobre os israelitas, ele se vê obrigado a dizer que o seu zelo por Deus não é conforme o conhecimento verdadeiro, correto e transformador. A palavra mais adequada para zelo sem conhecimento é fanatismo.

A trágica consequência da “ignorância” dos judeus foi que, reconhecendo que só poderiam comparecer diante do Deus justo se fossem justificados, eles tentaram fazê-lo procurando estabelecer a sua própria justiça e não se submeteram à justiça de Deus. Entretanto como disse Calvino, e com muita razão, "o primeiro passo para obter a justiça de Deus é renunciar a nossa própria justiça". Essa “ignorância” quanto ao verdadeiro caminho para Deus e trágica adoção do caminho falso não são, de maneira alguma, prerrogativa do povo judeu. Encontram-se amplamente divulgadas entre religiosos de todas as crenças, inclusive cristãos confessos. Todos os seres humanos, cientes de que Deus é justo e eles não (já que "não há nenhum justo, nem um sequer"), vivem naturalmente em busca de uma justiça que lhes possa dar condições de apresentar-se diante de Deus, de justificar-se sem necessitar do próprio Deus. Sabemos que tanto o judeu como o gentio são igualmente réus convictos do pecado contra Deus, e incapazes de ganharem a aceitação divina por seus esforços ou méritos pessoais.

É necessário salientar que os israelitas procuraram estabelecer sua própria justiça. Observe a sua autoconfiança, eles não se sujeitariam ao que Deus tinha providenciado – suas vontades eram inflexíveis. Tendo tropeçado na pedra de tropeço (Cristo), nada sabiam do dom divino da justiça.

A culpa básica de Israel era esta: deixou de reconhecer, ou seja, de aceitar e de abraçar a justiça que tem Deus como seu autor, que tem por base a expiação substitutiva de Cristo; e substituiu a justiça adquirida por sua própria obra pela justiça de Deus baseada na graça.

Arthur Galvão


O SENHOR É A NOSSA FORÇA, O NOSSO CÂNTICO E A NOSSA SALVAÇÃO!

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