terça-feira, 20 de novembro de 2018

Eu Tenho Um Sonho...


Há 55 anos em agosto de 1963, o Pastor e ativista pelos direitos civis Martin Luther King Junior, símbolo na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos, fez um lendário discurso que ficou conhecido como “eu tenho um sonho” (I have a dream). Hoje, 50 anos depois da sua morte o discurso dele ainda é tão atual e a luta contra o racismo continua tanto no país no qual ele nasceu, quanto aqui no nosso Brasil, infelizmente. Já houve avanços, mas é fato que apesar de muitos acreditarem na inexistência do racismo, considerar mimimi ou exagero, ele existe e afeta os negros e negras cotidianamente. 

É importante ressaltar que diversos estudos científicos, ao contrário do propagado em algumas épocas aqui em nosso país e em outros lugares do mundo, negros(as) e brancos(as) são biologicamente iguais, apesar de fenotipicamente terem características diferentes, como - cabelos, cor de olhos e a pigmentação da epiderme etc. O termo racismo é usado no campo da sociologia para dar conta de um fenômeno social, existente e que se apresenta de formas diversas na sociedade brasileira. 

É difícil um negro ou negra que não tenha enfrentado situação de racismo durante a vida. Eu já passei por algumas: ser seguido pelo segurança em loja de departamento; ser perguntado se tinha dinheiro para comprar uma roupa ou tênis que escolhi; ser confundido com vendedor de loja mesmo com a roupa completamente diferente; ser questionado se tinha o segundo grau; já disseram que meu cabelo é ruim, que eu tenho nariz de negro etc. Esses são apenas alguns exemplos de muitos. Sim, são exemplos do nosso racismo do dia a dia, pois ele se apresenta de várias formas e não apenas quando alguém olha para uma negra ou negro e diz que ele parece um macaco. Também não é incomum ouvir – “hoje tudo é racismo” ou que é exagero e o famoso “mimimi”. Isso é a prova que há seletividade com relação à enxergar o racismo e combate-lo. Mas ainda assim continuo acreditando e sonhando com o dia em que seremos de fato iguais. 

Os negros(as) são os que mais são mortos, mais desassistidos e que mais sofrem violência das mais diversas. No Brasil, segundo números divulgados pela Organização das Nações Unidas – ONU, na campanha Vidas Negras, a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no país, são 63 por dia e 23 mil por ano. Entre 2006 e 2016 o número de mulheres não negras assassinadas diminuiu 8%, enquanto houve um aumento de 15% de mulheres negras assassinadas. Os números refletem uma realidade de desigualdade racial que faz parte da construção do Brasil, herança de mais de 380 anos da escravidão que massacrou os negros(as)  arrancados da África, sua terra natal, para serem escravizados, humilhados e tratados como mercadoria aqui no Brasil. Mas como disse King: “este verão sufocante da insatisfação legitima do negro não passará enquanto não chegar um outono revigorante de liberdade e igualdade”.

É preciso entender que racismo é um problema que aflige os negros e negras, mas que todos nós devemos lutar contra ele. Nós, servos de Jesus, o Cristo, precisamos fazer a diferença. Onde houver ódio, racismo, discriminação e preconceito racial, que levemos o amor de Deus e que aprendamos com ele a não fazer acepção de pessoas. 

A despeito da realidade desigual que se apresenta, eu tenho um sonho, que a igreja brasileira será levantada para dizer a toda nação: que somos iguais e que ninguém deve ser julgado inferior por causa da cor da pele, por seu cabelo crespo ou por ter o nariz grande. E que assim como Deus não faz acepção, nós também não fazemos. E levarmos o amor seja aos negros(as), brancos(as), amarelos(as), indígenas, a todos, sem exceção. Termino com o trecho mais famoso do épico discurso de Luther king:
Eu tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo teor do seu caráter”

Israel Ribeiro

O SENHOR É A NOSSA FORÇA, O NOSSO CÂNTICO E A NOSSA SALVAÇÃO!



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