Chegamos, finalmente, num momento crucial do ministério terreno de Jesus: sua morte e ressurreição. Como certamente você já deve estar bastante familiarizado com todo o processo que ocorre desde o Getsêmani até a ressurreição, irei trazer uma abordagem diferente. Falaremos a respeito julgamento de Jesus sob a perspetiva jurídica judaica. Será interessante!
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Para refrescar a memória, sugiro que leia João 18 e Mateus 26:36 até 27:26, que mostra todo o julgamento de Jesus (em Mateus está bem detalhado). Iremos listar aqui as diversas irregularidades que ocorreram no julgamento de nosso Senhor.
1º - Não era permitido fazer um julgamento na madrugada.
Isso poderia caracterizar favorecimento para a acusação, que estaria, às escondidas, levando um processo adiante. Podemos verificar que a liderança judaica fez o processo em cima da hora para que, ao raiar do dia, eles já levassem o acusado para Pilatos.
2º - A primeira testemunha mentiu (Mt 26:61).
Jesus não disse que poderia, ele mesmo, destruir o santuário. Em João 2:19 está claro que ele disse "Vocês destruirão o santuário, e eu reconstruirei em três dias". Logo, o testemunho não tinha valor, além de que quem o proferiu deveria ser sentenciado.
3º - O réu não poderia ser obrigado a produzir prova contra si mesmo (Mt 26:62-65).
Vemos que Anás, o sumo-sacerdote, pressiona Jesus para que ele se defendesse, que dissesse se ele era o Messias mesmo. Assim, poderia ser condenado por blasfêmia (contudo, a rigor deveria ser investigado para concluir se ele era ou não o Messias).
4º - Era necessário, no mínimo, duas testemunhas para que o processo fosse levado adiante. (Dt 19:15)
Contudo, nós vemos que somente uma pessoa depôs, o processo não deveria ser levado adiante (isso sem mencionar que o testemunho era falso, logo, a rigor, não houve um testemunho sequer).
Estes são só algumas das várias falhas que houveram no julgamento de Cristo. Isso tudo é pra nos mostrar que, realmente, Jesus não merecia estar ali. Nosso mestre morreu em nosso lugar sem qualquer mérito ou esforço nosso. Que a cada dia tenhamos consciência de quão grande sacrifício foi esse, sejamos gratos pelos benefícios que sua morte nos trouxe, traz e trará por toda eternidade!
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Então é isso, gente! Finalizamos por aqui hoje. É de extrema importância salientar que esse texto foi baseado em um podcast. O "BTCast #098 - O julgamento de Cristo". Para poder ouvir online ou baixar o áudio, clique aqui. Recomendo muito ouvir, pois é dado um panorama mais completo acerca do julgamento, falando também de outras falhas jurídicas do mesmo. Até segunda que vem!
Ênedy Fernandes
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